versos de Gracinda Coelho
Nascida uma primeira crise…
Pôs o povo em alvoroço,
Porque a crise quando é crise
Pode apertar o pescoço…
Somos o país das crises,
Não sei que mais aconteça…
Estamos todos em crise
Porque a crise é da cabeça…
Também se fabricam crises,
A par de outras…É mais uma…
Afinal, tudo são crises,
Crises de coisa nenhuma…
Crises de quê e porque?
Talvez um processo novo,
Depois de acabar a corda…
Poder segurar o povo!
A crise que se conhece
Neste país de “ manhuras”
É apenas o produto
Das suas más estruturas! …
Há sempre mais uma crise
Nesta crise controversa…
Por cada crise que finde
Logo outra crise começa…
O povo nunca faz crises,
Ele é já crise, coitado…
O povo há-de ser sempre
O eterno manipulado!
A crise é já quem governa
E com tal perfeição
Que falta só quem consiga
Transformar pedras em pão…
É urgente que se pense
Nesta crise de mistério…
Que pode vir a tornar-se
Numa crise mesmo a sério!
Para se pôr cobro à crise,
A esta crise forjada,
Terá que intervir o povo
Governando à vassourada!
Gracinda Coelho
Herrera de Pisuerga
Espanha